terça-feira, 9 de dezembro de 2008

HQ LANÇADO APÓS A MORTE DE CHE GUEVARA CHEGA AGORA AO BRASIL

PEDRO CIRNE colaboração para a Folha de S.Paulo

Che em quadrinhos; HQ foi desenhada pelo uruguaio Alberto Breccia e seu filho.
Mas há outro exemplo, mais antigo, lançado apenas três meses após a morte de Che e que finalmente chega ao Brasil: "Che - Os Últimos Dias de um Herói", história em quadrinhos escrita pelo argentino Hector Oesterheld e desenhada a quatro mãos pelo uruguaio Alberto Breccia e por seu filho, Enrique. O lançamento está previsto para a próxima sexta.
"Che", a história em quadrinhos, também teve "vida" conturbada. Poucos meses após o lançamento, a editora que a publicara foi invadida e os exemplares do livro, recolhidos. Em 1969, as páginas originais foram destruídas.

Quatro décadas após sua morte, a vida de Ernesto Che Guevara (1928-1967) continua provocando discussões e originando obras de arte. Um exemplo atual é o filme "Che", dirigido por Steven Soderbergh, com mais de quatro horas de duração e exibido neste ano na Mostra de Cinema de São Paulo. A estréia nacional está programada para o início de 2009.
Mas há outro exemplo, mais antigo, lançado apenas três meses após a morte de Che e que finalmente chega ao Brasil: "Che - Os Últimos Dias de um Herói", história em quadrinhos escrita pelo argentino Hector Oesterheld e desenhada a quatro mãos pelo uruguaio Alberto Breccia e por seu filho, Enrique. O lançamento está previsto para a próxima sexta.
"Che", a história em quadrinhos, também teve "vida" conturbada. Poucos meses após o lançamento, a editora que a publicara foi invadida e os exemplares do livro, recolhidos. Em 1969, as páginas originais foram destruídas pela inteligência do Exército argentino, lembra Enrique Breccia, o único dos três autores ainda vivo.
A perseguição intensificou-se em 1973, quando o livro foi proibido pela ditadura. Em 1977, Oesterheld, então com 58 anos, suas quatro filhas (uma delas grávida) e dois de seus genros desapareceram, vítimas do regime militar.
Hoje, aos 63 anos de vida e 45 de militante peronista, como gosta de ressaltar, Enrique Breccia, que é argentino, explica por que houve tal perseguição: "Guevara simbolizava a luta armada como método de ação política, e na Argentina daqueles anos já estavam se formando grupos que escolheram o mesmo método que se consolidaria (tragicamente para os interesses da Argentina e de seu povo) nos anos 70", diz, em entrevista por e-mail.
Originalmente chamada "Vida del Che", a HQ não tem, segundo Breccia, relação alguma com a mistificação em torno do revolucionário -algo, aliás, que ele critica. "Os norte-americanos banalizaram sua obra e memória incorporando-o massivamente ao consumismo, em pôsteres e camisetas", diz.
Para ele, a mistificação em torno de Che deve ser compreendida "no contexto da Guerra Fria". "Fidel Castro havia decidido alinhar Cuba à política externa da União Soviética, e Che não estava de acordo, o que o levou a renunciar a seus cargos políticos e abandonar a ilha", diz. "A luta pela hegemonia do mundo naqueles dias era entre dois imperialismos: ianque e russo. Sobre Che, pode-se dizer que o imperialismo soviético o entregou, e o norte-americano o executou."

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